Retorno da tríplice aliança: convenção tucana aprova coligação com DEM e PMDB

Santa Cataroina tem seis candidatos ao governo. Até o dia 5 de julho podem acontecer mudanças. Confira como foi o último dia das convenções.

Elias Silveira
da Redação NotíciaJá

Como estava anunciado, o último dia previsto na Legislação Eleitoral foi de muita emoção, discussão, discórdias e acertos de bastidores nas convenções partidárias realizadas em Florianópolis. Até o dia 5 de julho, prazo final para o registro das atas e das porém, algumas mudanças ainda podem acontecer.

A quarta-feira foi de pressão, muita pressão. E de suspensão partidária. A direção nacional do PSDB praticamente obrigou o partido no estado a entrar na tríplice aliança, com o DEM e PMDB. No PMDB, Eduardo Pinho Moreira teve suspensão da filiação partidária.

No PSDB, os tucanos catarinenses foram obrigados a engolir a coligação. Para evitar uma intervenção nacional, os convencionais do PSDB aprovaram a coligação com o DEM e PMDB. Foram 221 votos contra 82.

Mas teve protestos. Quem falou em defesa da aliança foi vaiado. A base tucana queria candidatura própria ou uma aliança com o PP.

O governador do Estado, Leonel Pavan, também lamentou a coligação, mas afirmou que faria o possível para ajudar a eleger José Serra à presidência. Decepcionado, o tucano disse que sempre abriu mão de seus projetos para apoiar Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e esperava uma retribuição do ex-governador neste momento, o que não aconteceu.

No PMDB, Eduardo Pinho Moreira teve suspensa a filiação. O fato cria um problema para a campanha de Raimundo Colombo (DEM).

Mas Pinho Moreira está confiante. “O que aconteceu foi uma intenção da executiva nacional que tomou esta decisão com critérios absolutamente antidemocráticos. Mas não houve nenhuma decisão ainda”, fez questão de afirmar. Moreira.

O conselho de ética do PMDB irá se reunir nesta quinta-feira (1º) para analisar o processo de desfiliação. Para que Pinho Moreira deixe o partido, é preciso dois terços dos integrantes votem a favor da expulsão.

OS CANDIDATOS - Com o fim das convenções eleitorais é possível contabilizar que Santa Catarina terá seis candidatos ao governo do Estado. Uma vinculada ao governo (Raimundo Colombo), duas de oposição dos considerados grandes partidos (Ângela Amim e Ideli Salvatti), e três dos partidos nanicos (Rogério Novaes –PV, Valmir Martins – PSOL e Gilmar Salgado – PSTU).

Entre os considerados “grandes” ainda continua uma situação pendente no que se refere a candidatura de Raimundo Colombo. Ele terá pelo menos duas missões espinhosas antes de iniciar a campanha pra valer.

A primeira refere-se a candidatura do vice, Eduardo Pinho Moreira (PMDB), que teve a filiação partidária suspensa e corre o risco de não poder concorrer nas eleições.

Outro desafio de Colombo será acalmar as bases, descontentes com o processo traumático de confirmação da aliança dentro do PMDB e do PSDB.

Os tucanos relutaram até o último minuto em aderir à tríplice aliança, mas acabaram aprovando. Até a noite desta terça-feira (30), era grande o apelo para que Leonel Pavan assumisse a candidatura. O governador chegou a dizer que estava no seu limite, mas que esperava uma decisão da executiva nacional.

O PT realizou uma festa para confirmar a candidatura de Ideli Salvatti ao governo. O partido contou com a presença das lideranças e candidatos aliados, como PR, PRB, PCdoB e PSB. Os petistas também confirmaram o nome de Cláudio Vignatti e João Ghizzoni (PC do B) para o Senado.

A situação do PP também só se definiu em cima da hora. Na manhã desta terça-feira (30) o presidente estadual, Joares Ponticelli, foi à sede do PSDB formalizar uma proposta de composição, enquanto Angela Amin esperava por uma decisão do PDT. Já sem esperanças, o partido dava como certa chapa pura. Mas à noite, recebeu a confirmação do apoio ao PDT, que indicou o presidente estadual, Manoel Dias, como vice.

NANICOS - Fechando as candidaturas ao governo, PV, PSOL e PSTU lançaram seus nomes em meio a uma estratégia para garantir palanque no Estado para os candidatos à Presidência da República Marina Silva, Plínio de Arruda Sampaio e José Maria de Almeida.

O engenheiro Rogério Novaes, candidato à prefeitura de Joinville na campanha de 2008, será o nome à frente da chapa do Partido Verde.

O PSOL confirmou o professor Valmir Martins para concorrer ao governo.

Gilmar Salgado vai disputar, novamente, o governo pelo PSTU.